COISAS E IDENTIDADES – (RLessa/Fev/2015)

SOBRE O NOME DA COISA SEM IDENTIDADES

Muitos não mais se saciam em coisas sábias, mas vivenciam coisas óbvias
Muitos não mais se saciam em coisas úteis, mas anseiam coisas fáceis
Muitos não mais se saciam em coisas dúbias, mas aviam coisas ímpias
Muitos não mais se saciam em coisas falsas, mas salientam coisas avulsas
Muitos não mais se saciam em coisas frágeis, mas pautam coisas cabíveis
Muitos não mais se saciam em coisas loucas, mas comungam coisas poucas
Muitos não mais se saciam em coisas tortas, mas enfatizam coisas mortas

DA COISA NÃO HÁ NOME SÓ IDENTIDADES

TEMPO – (RLessa/Fev/2015)

À TEMPO

TEMPO DE SE DESPERTAR
TEMPO DE SE DESCONDICIONAR

TEMPO DE SE DESPIR
TEMPO DE SE UNIR

TEMPO DE SE PROPOR
TEMPO DE SE OPOR

TEMPO DE SE CRESCER
TEMPO DE SE ESCOLHER

TEMPO DE SE IDENTIFICAR
TEMPO DE SE MODIFICAR

TEMPO DE SE COLIDIR
TEMPO DE SE PREFERIR

TEMPO DE COMOÇÃO
TEMPO DE DEVOÇÃO

HÁ TEMPO

HÁ DE HAVER- (RLessa/Fev/2015)

À DISTANCIA

Constância há, mesmo que à parte das saliências propostas.
Saliências há, mesmo que à parte das reentrâncias impostas.
Reentrâncias há, mesmo que à parte das coincidências repostas.
Coincidências há, mesmo que à parte das influências opostas.
Influências há, mesmo que à parte das conferências expostas.
Conferências há, mesmo que à parte das indulgências predispostas.
Indulgências há, mesmo que à parte das constâncias respostas.

HÁ DISTÂNCIAS

SÓ À SOS EM SOLARES SÓIS – (RLessa/Fev/2015)

À SÓS

SÓ PARA OUVIR
SÓ PARA SENTIR
SÓ PARA PEDIR
SÓ PARA PEGAR
SÓ PARA TOCAR
SÓ PARA MUDAR
SÓ PARA SONDAR

HÁ SOIS

RÉDEAS – (RLessa/Fev/2015)

REFAZENDO TUDO
REFAZENDO NADA
REFAZENDO FATO
REFAZENDO POTE
REFAZENDO ROTA
REFAZENDO RITO
REFAZENDO URRO

A MEDIDA – (RLessa/Fev/2015)

Na medida exata, a taça
Na medida completa, há taça
Na medida discreta, na taça
Na medida repleta, em taça
Na medida permuta, por taça
Na medida pedida, com taça
Na medida escassa, para taça

malediscências – (RLessa/Fev/2015)

A arte humaniza o ser (des)humano no que se refere à escancarar a “poiesis” que habita e causa alento em sua alma:

• Uns como cantam e com melodias infinitesimais contemplam e encantam o mundo que faz parte.

• Outros tintam formas, revelando-se peritos em retratar interiores tão bem e oportunizar espelhos multicolores.

• Há os que ousam “apalavrinhar” ideias e ideais juntando ao coração, as letrinhas que justapostos espelham o que se deseja expor.

• Tem os que “artesanam” a vida em eterna tentativa de alimentar seu lado “inumanamente” etérico e que teima habitar o seu lado humano .

Há os que dançam pelos ares da imaginação num eterno rodopiar pelo insólito e desejado universo do movimento

Tantas artes, tantos arteiros, tanto e nada nem ninguém abarcará em conceitos ou práticas o aprisionar o imaginário do ser liberto.
ARTE TEM “A” de Afeto!

ÍNTIMO E NADA PESSOAL – (RLessa/Fev/2015)

Não prego consciência, apenas rogo paciência.
Não pulo inconstâncias, apenas simulo aparências.
Não pego caronas, apenas desvelo personas.
Não peço compreensão, apenas sigo contramão.
Não preso firulas, apenas emprego fábulas.
Não ponho respeito, apenas evito despeito.
Não pulso contida, apenas sigo vivida

Nada me resta senão jamais esperar compreensão
Tudo me resta senão somar intensão

SEM – (RLessa/Mar/2015)

SEM

Sem medo apenas ouça e se deixe levar…
Sem mito apenas ouça e se deixe encantar…
Sem meta apenas ouça e se deixe seguir
Sem moda apenas ouça e se deixe fluir…
Sem mato apenas ouça e se deixe compor…
Sem mola apenas ouça e se deixe repor…
Sem mala apenas ouça e se deixe elis e tom…

CENTELHA

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